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PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA A CULTURA DE PAZ ATRAVÉS DO DIÁLOGO INTRA E INTER-RELIGIOSO NO ESPAÇO CEDEAO

O Presidente nigerino, senhor Issoufou Mahamadou, deplorou o terrorismo radical e as derivações religiosas que vinham comprometendo cada vez mais a vida em comum na África Ocidental e Central, em particular na zona saelo-saariana e na bacia do Lago Chade.

Segundo o senhor Mahamadou, “nessas regiões, pessoas matam, violam e oprimem em nome do Islão. Algures, assiste-se a uma instrumentalização de outras religiões para fins políticos, económicos e sociais”.

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A ocorrência foi no ato de abertura do 1º fórum da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a Educação para a Cultura da Paz através do Diálogo Intra e Inter-religioso, realizada terça-feira, dia 22 de novembro de 2016, em Niamey, no Níger.

O Chefe de Estado nigerino saudou a iniciativa da CEDEAO de encetar uma reflexão sobre a matéria, esperando que contribuísse para a tolerância e a paz no Espaço Comunitário.

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Ao invocar o ditado ruandês, segundo o qual “cão que não ladra, morde”, o senhor Mahamadou convidou os fidalgos no seio de cada religião a comunicar e a dialogar.

Ainda o Chefe de Estado nigerino deixou entender que o diálogo intra religioso representa não só uma fonte de enriquecimento mas também uma oportunidade para aprofundar e dominar a própria religião.

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Explica, quanto ao diálogo inter-religioso, que além de exigir o reconhecimento e o respeito do próximo, a abertura de espírito e a ausência de dogmatismo, também exige a tolerância e a paz.

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A paz foi o tema recorrente do Presidente da Comissão da CEDEAO, senhor Marcel de Souza.

Recordou o incremento do radicalismo e da intolerância religiosa como sendo entrave à paz, segurança e estabilidade na África Ocidental.

Assinalou que “o integrismo religioso revela-se tal uma fonte profunda de crescimento do terrorismo. Uma fonte que semeia a confusão no espírito das populações e colhe a destruição dos valores de paz, tolerância, amor e fraternidade que nos ensinam as nossas religiões”.

O Chefe desse órgão executivo da CEDEAO deplorou os recentes ataques sangrentos perpetrados por grupos terroristas em muitas capitais e vilas da África Ocidental, sem se esquecer dos ataques do Boko Haram no Níger, na Nigéria, no Chade e nos Camarões.

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Após ter pedido um minuto de silencia em memória das vítimas desses acontecimentos trágicos, o senhor Marcel de Souza manifestou a sua grande compaixão e o apoio da Comunidade da África Ocidental às famílias afetadas.

Insistiu na sensibilização e informação através da educação para a cultura da paz bem como no amor ao próximo e na tolerância como forma de lutar melhor contra o terrorismo.

Nessa mesma ordem de ideias, os copatrocinadores do Fórum, nas pessoas do Sultão de Sokoto, Sua Alteza Saad Muhammad Abubakar III e do Arcebispo de Abuja, Cardeal John Onaiyekan recomendaram o amor ao próximo, o compartilhamento e a tolerância como formas de dirimir o extremismo religioso.

Por seu lado, o Arcebispo de Niamey, Dom Laurent Lompo, o Presidente da Associação Islâmica do Níger, senhor Cheick Diabri, e o Chefe Supremo das Religiões indígenas no Benim e em África, senhor Corneille Couchoro Balogoun apelaram de igual modo nas respetivas rezas no ato de abertura do encontro à tolerância e ao amor ao próximo, recordando que todas as religiões têm as mesmas raízes e o mesmo tronco.

Determinados atores das diversas correntes religiosas dos Estados-membros da CEDEAO, nomeadamente líderes religiosos, responsáveis políticos, representantes da sociedade civil e pessoas-recurso participaram nesse encontro organizado pela Comissão da CEDEAO e pelo governo do Níger.

O encontro visa encontrar mecanismos de diálogo entre as diversas comunidades religiosas, facilitar a compreensão mútua e cultivar o espírito de tolerância e coexistência pacífica por meio da educação para a cultura da paz.

Em relação à CEDEAO, a procura da paz e a luta contra as fontes do terrorismo são de facto os desafios de tamanho a ultrapassar, sendo daí o interesse de este Fórum ser destinado a favorecer o intercâmbio do conhecimento dos valores espirituais e étnicos comuns e intensificar a interação entre as religiões e as tradições espirituais.

O encontro de Niamey permitiu que os participantes compreendessem melhor as causas da intolerância religiosa na África Ocidental bem como os fundamentos religiosos e culturais da cultura da paz.

Ainda esse encontro serviu de âmbito para a criação de uma plataforma regional inter-religiosa de prevenção e resolução pacífica de conflitos.

Também o Fórum terá resultado na identificação de uma base comum de competências a desenvolver rumo a uma educação para a cultura da paz e vida em comunidade mediante programas de formação.

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